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terça-feira, 10 de maio de 2011

A VIOLÊNCIA ESCOLAR


O ano de 2010 e o início de 2011 foram marcados por notícias trágicas envolvendo violência intramuros da escola. Longe de ser uma realidade apenas no Brasil, o fato é que tais acontecimentos têm lugar até mesmo em países desenvolvidos. Apesar de haver correntes que defendem que a raiz do problema está no fato das próprias escolas abrigarem a violência por agirem com autoritarismo, outros fatores podem ajudar a entender porque ela acontece.

A escola é uma instituição, que possui regras, normas e hierarquia. Antes de servir para restringir a liberdade, tais normas servem à organização, ao respeito ao direito do outro, ao cumprimento do dever, e à própria manutenção da ordem e do serviço. No entanto, a escola tem sido destituída de seu poder coercitivo pela própria norma. As ideias propagadas de fazer da escola um lugar de prazer, através de recursos lúdicos e formas diversas, não têm surtido efeito, e ainda resultam numa perda de identidade da escola, que tem sido de tudo, mas cujo sentido inicial tem sido esquecido: a escola é lugar de ensinar e aprender. 

Somado à perda de identidade da escola, e por consequencia de seus atores, temos a violência manifestadas nas ruas e na mídia, famílias desestruturada, falta de perspectiva dos alunos em relação à escola e ao futuro, e seu consequente hedonismo.

Temos ainda uma mídia que propagandeia uma instituição escolar que difunde o consumismo como ideia de felicidade e uma realidade escolar longe das escolas "reais". 

A desigualdade de renda, o fosso entre os ricos e os pobres, a falta de perspectivas dos jovens, a perda da autoridade da escola, são alguns sinais da crise escolar que vivenciamos hoje.

Sem saber lidar com a situação, destituídos de autoridade pelos conselhos tutelares, a escola acaba precisando buscar reforço na polícia.  O que antes era considerado como lugar seguro, para deixar os filhos, virou um local inseguro. 

Os alunos, que já consideravam a escola como prisão, terão essa visão ampliada pelo reforço da polícia nas instituições.

Os próprios professores estão saindo da docência, e o governo agora precisa incentivar a busca por cursos de licenciatura.

Soluções "in locus" são pertinentes, como a discussão sobre lugar e não lugar, direitos e deveres, ética, espaço público e privado, dentre outros. Mas para tocar nessas questões é preciso ter autoridade, autoridade que vem pelo respeito.

Que pai que age de forma desregrada será respeitado por seu filho? Da mesma forma, a imagem da escola precisa ser levantada como instituição de autoridade e respeito, lugar de conhecimento e esperança no futuro.

Mas ela sozinha não é o suficiente para equacionar esse problema. Isso demanda soluções e políticas sociais de maior âmbito e impacto. A recuperação da imagem da escola é condição necessária para a valorização dessa instituição. Parece no entanto, que a educação e a noção de quase-mercado, têm caminhado em direção oposta. Pode-se repensar esse direcionamento.

Finalmente, é necessário normatizar melhor o que a mídia divulga para a população jovem e para as crianças. Afinal, nos tempos atuais, com pai e mãe trabalhando fora, quem está educando as crianças é a televisão, e justamente na TV aberta, os programas direcionados à educação passam nas horas mais inadequadas, normalmente muito cedo. 

Ou tomamos medidas drásticas, ou teremos adultos que passaram pela educação globalizadora, capitalista e consumista, cujo ideal de felicidade é possuir tal ou qual roupa, ter o cabelo do ator X, o a boca da atriz y e por aí vai...

Para fechar essa seção, é fato a pensar que os jovens de hoje não tem um ideal ou uma referência. Quem são os referenciais de hoje? Um grupo de roqueiros que faz apologia às drogas, uma cantora que se exibe quase nua, políticos corruptos, e reeleitos. Afinal, a memória desse povo é curta... A maioria também, já está satisfeita com o pão e o circo. 

Aguardo comentários! Acorda BRASIL!





Um comentário:

  1. Olá, Liliane
    Acredito que os jovens de hoje são melhores [sou otimista incorrigível]. A rebeldia, a exploração da transgressão (encontrar os limites?) são próprias de quem está descobrindo o mundo. Em geral, entre meus melhores alunos estão justamente os mais problemáticos, ou que mais incomodam. Há uma energia muito grande neles. Entre les murs está na fila de filmes que ainda tenho que ver.

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